Especial: Nada Como (Re)Começar
Meu descanso era mais do que merecido. Memórias eram tudo o que se passava na minha cabeça.
Quatro anos na estrada com meu companheiro. Lembro-me do dia em que nos conhecemos:
- Pai! Que bom que você chegou! Tenho várias coisas para te contar – Comecei a falar sem parar. – Na escola estamos estudando lagos e, graças a você, eu já sei tudo. Falei do seu Huntail e de como você faz os mergulhos para estudar pokemons, depois falei de pokemons aquáticos como o Squirtle, o Totodile e do Phione que você já viu uma vez. Suas fraquezas, principais habilidades. No tópico de captura também fui excelente, falando dos tipos de vara de pescar, inclusive da vara que você gosta de chamar de “Magikarp-only” e...
Eu não percebi no momento, mas, mesmo olhando fixamente para mim, a atenção de meu pai não estava no que eu falava.
- No fim da aula, o André... Aquele que vai sair em jornada daqui a pouco, sabe? Me perguntou o que fazer para deixar o Remoraid dele mais forte. Já estou até dando dicas para futuros treinadores! Falei orgulhoso, levantando a mão e o dedão, fazendo sinal de jóia.
Meu pai começou então a chorar.
- Amor! Não fique assim. Ele vai entender. Tenho certeza. Disse minha mãe abraçando-o, enquanto eu fiquei imóvel, sem saber o que fazer.
Será que a culpa era minha? O que eu falei de ruim? Essas perguntas passaram por minha cabeça naquele instante.
- Agora é o momento de dizer. Filho venha aqui. Nós precisamos conversar. Uma conversa de homem para homem.
Fiquei mais nervoso. Minha mãe soltou meu pai e levou as mãos ao rosto, ansiosa pelo desfecho. - Juro que não fui eu!
Um sorriso finalmente saiu do rosto dele. Seus olhos pretos estavam cheios de vida e ternura.
- Minha empresa descobriu um novo lago. Lá vivem diversos tipos de pokémons e, talvez, algum bem raro.
- Nossaaa que legal! Falei.
- Calma, filho. Mas, por isso, vou ter que morar em outro país por cinco anos.
A minha ficha não caiu naquela hora.
- Mas, mas... Nós vamos com você? Perguntei.
- Infelizmente não. Não fique triste vou voltar todo verão para te ver e te contar minhas aventuras...
Nada mais que ele me falou durante aquela noite foi reconfortante o bastante.
O vento que soprava contra o meu rosto aumentou e me fez retornar ao presente. Olhando para aquela única pokebola vermelha e branca que estava comigo, os pensamentos daquele dia voltaram.
- Filho, antes de ir dormir, quero te perguntar uma coisa. Você quer ser um treinador de pokémons?
- Acho que sim pai! Já tenho 10 anos, só preciso da permissão de vocês e, é claro, um pokémon.
- A minha permissão você tem. Disse ele sentando na cama em que eu estava deitado.
- YES! Só falta um pokémon agora. Professor Carvalho é a solução. Vou viajar até Pallet e pegar um Bulbassaur... Não! Um Squirtle! Isso, Squirtle... Ou quem sabe um Charmander. Golpes de fogo são tão legais... Fiquei sonhando, até que meu pai me mostrou o que ele escondia nas mãos.
Antes de entender o que era aquilo, eu perguntei:
- Já sei! Vou pegar meu pokémon e viajar com você. Vamos explorar todos os lagos. Por isso, vou escolher o Squirtle, assim será fácil nadar. Capturar lendários, evoluir pokemons e quem sabe vencer umas batalhas em dupla. Fechou! Vou com você.
Ele abaixou a cabeça e falou:
- Você não pode ir comigo. Não quero discussão. Eu tenho que ir sozinho.
- Mas...
- Chega de mas. Você não vai precisar ir até o Professor Carvalho. Esse será o seu primeiro pokémon. Então, ele colocou a pokebola no meu peito.
- Eu quero ir com você pai! Deixa, por favor! Insisti antes que a idéia de abrir aquela pokebola desviasse minha atenção.
- Filho, você não pode. Ponto final. Você não está curioso para saber o que tem dentro dessa pokebola? Qual será o seu primeiro pokémon? Vamos lá, abra.
Teimoso como era, eu disse:
- Não vou abrir enquanto você não deixar eu viajar com você.
- Já disse que não.
- Então essa pokebola vai ficar fechada para sempre. Falei ao jogar o objeto dentro da gaveta ao meu lado.
Um barulho de asas tirou minha atenção mais uma vez. Pelo menos eu sabia quem era. As lembranças voltaram. Eu me confundia entre passado e presente.
“Pai. Vou fazer minha própria história. Estou levando tudo o que preciso. Entro em contato quando chegar à próxima cidade. Boa sorte em sua nova pesquisa. Obrigado por tudo. Seu filho que te ama.”
Tenho certeza que lágrimas foi tudo o que teve em minha casa na manhã seguinte. Ir embora sem avisar foi difícil, mas não me arrependo. Sei que eles superaram e sabiam que eu estava seguro, já que levei comigo o objeto que estava na gaveta.
Foi a noite mais fria que passei. Ainda estava inseguro sobre continuar ou voltar para casa. Nem ao menos tive a coragem de abrir a pokebola. Olhando para o céu, tive a impressão de ver uma estrela brilhar mais forte. Aquele foi o momento.
Meus olhos se fixaram na imagem que começava a se formar.
- Você é uma miragem certo? Não estou bem, acho que preciso dormir.
O pokémon fez uma cara de confuso ao ver minha reação.
- Eu não teria essa sorte. Ou... já sei! Você é um Ditto que se transformou, certo? Disse ao tocá-lo.
O Pokémon gostou do meu toque carinhoso, mas respondeu com a cabeça que não era um Ditto.
- Vamos ver... Quem mais sabe Transformar? Claro! Então você é um Mew, transformado?
*Como eu pude fazer uma pergunta dessas?*
- Claro que não Né! Senão teria mais sorte ainda. Então você é real? Mas meu professor disse que vocês são muito raros e quase nunca são vistos... É, sou um garoto de sorte.
Acho que foi ai que eu comecei a perder a minha inocência. Naquele instante tive um calafrio. Como eu poderia ter esquecido de trazer uma blusa de frio para dormir? Iniciante demais.
O pokémon percebeu aquilo e se mexeu. Chegou perto de mim e soltou uma pequena chama pela sua boca, tentando me aquecer. A chama tinha uma coloração azulada. Percebendo aquilo, reuni alguns gravetos e com aquele golpe fiz uma fogueira. Foi em frente aquele fogo que tivemos nossa primeira batalha. Um Murkrow foi atraído pelo calor.
- Use o Thunder Wave!
Murkrow sentiu a onda de choques que paralisaram os seus músculos. O pequeno pássaro tentou revidar com Peck, mas errou o alvo. Sem ordens minhas, meu Pokémon revidou com a mesma chama de sempre. O adversário caiu no chão com suas asas negras doendo devido ao choque e ao último golpe. Sem pokebolas não pude capturá-lo, mas para me redimir peguei uma das Oran Berry que eu havia colhido no pomar da minha casa e entreguei a Murkrow, que comeu e saiu voando noite a fora.
Boas lembranças. O vento soprava contra meu rosto, trazendo tranqüilidade. Poucos passos a frente havia uma árvore e nela percebi um pequeno brilho. Uma luz parecia surgir e pude ver uma pequena ponta amarela. Alguma coisa se escondia atrás da árvore. Calmamente, levantei-me, saindo da posição em que estava e fui até lá. Paz era tudo o que havia por ali. Ao contornar a planta, não encontrei nada amarelo ou com pontas amareladas. Estava tudo normal. Virei-me e de longe pude ver meu companheiro pegando em uma árvore, deduzi que ele pegava berries, como sempre. Quando comecei a andar para o local em que estava primeiramente, percebi que tinha um ovo entre as raízes da árvore. Com cuidado me abaixei e conferi se os donos do ovo não estavam por ali.
Não havia nada. Nem sinal de pokemons. Era um ovo abandonado. “Nada como algo novo para o recomeço.” Abracei o ovo e voltei para o meu lugar. Aquilo me lembrou a minha primeira captura:
- Amigão! Um oponente forte finalmente! Sabia que Cinnabar seria um bom início. Tome cuidado com os golpes de fogo. Inicie com Thunder Wave.
Sem desviar o pokémon vermelho ficou irritado com o desafio. Ele respondeu com Ember. Já o meu companheiro revidou com a sua chama azulada, evitando o contato com o fogo. A chama azul foi mais forte do que esperava e, superando o Ember, atingiu o oponente. Ansioso, joguei uma Ultra Ball.
- Espero que dê certo. Gastei quase toda a nossa reserva de dinheiro em duas Ultra Balls.
A ponta da pokebola brilhou várias vezes e depois cedeu. Pulei de alegria. Éramos três agora. Charmander entrou para o time.
Percebi que um sorriso surgiu na minha boca, como um resquício daquele episódio. Peguei aquela ultaball, que ainda estava comigo, e coloquei ao lado da primeira.
Dois pokemons. Os únicos que persistiam comigo desde o inicio. Fizeram parte do primeiro time. Foram para a primeira liga, junto de outros quatro que hoje descansam, sabendo que podem ser chamados a qualquer hora. Primeira liga... Sinônimo de nervosismo. Três batalhas. Foram muito emocionantes. Todas. Eevee e Poliwirl deram show na primeira. Na segunda, foi a vez de Vileplume e Smoochum. Como eu queria lutar ao lado deles nesse momento denovo. Mas estão longe. E a terceira batalha. Ah, a terceira batalha. Minha derrota emocionante. Eevee lutou bravamente, mas não resistiu ao Buterfree. Charmander ganhou uma e depois caiu para o Golduck adversário. No fim, meu velho amigo fez milagre:
- Continue amigão! Agility!
- Golduck, Ice Punch mais uma vez.
Com a velocidade aumentada meu pokémon conseguiu desviar e com um ataque certeiro tirou Golduck da partida. Ainda estava vivo na partida. Alívio tomou conta de mim. Em sintonia, meu pokémon demonstrou força de vontade para continuar e então um brilho tomou conta dele. Impressionado com tudo aquilo, eu mal podia falar. O corpo dele se alongou e seu rosto teve pequenas modificações. Um Snorlax era o próximo adversário.
- Resista. Use a chama, agora!
- Snorlax, Giga Impact.
Mesmo com a chama muito mais forte devido a evolução, a vitória foi do adversário. Pelo menos foi a derrota mais feliz que eu tive. Uma evolução me fez continuar seguindo em frente.
As imagens se sucederam. Segunda liga. Vileplume e Poliwirl não estavam mais. Os novos companheiros foram capturas dali mesmo, Hoenn. Um forte pokémon de dois tipos, Tropius e, o outro que me lembrava meu pai todas as vezes, Clamperl.
Fomos mais longe, dessa vez Umbreon, evoluído, me ajudou bastante. Chegamos às quartas-de-final, mas perdemos para um excelente treinador e seu “powerhouse” Tyranitar.
- Clamperl, Water Pulse.
- Tyranitar, Protect.
“Droga, Clamperl não é o suficiente.”
- Continue com o Rock Slide.
- Use o Iron Denfense – Foi minha última tentativa.
O retorno para casa depois da segunda liga foi marcado por uma despedida. Eu e meu pai bolamos um presente para minha mãe, que decidiu se mudar para onde meu pai estava morando. No seu aniversário de casamento, presenteei-a com um Gorebyss. Um casal, Gorebyss e Huntail. Meu Clamperl estava em boas mãos.
Meu companheiro largou a árvore e sentou-se ao meu lado, ele estava comendo Oran Berry, sua favorita. Peguei algumas das muitas berries que ali estavam e guardei na mochila.
Nostalgia pós-liga. Já passei por isso várias vezes. A da terceira foi uma das piores. Naquela jornada tudo aconteceu perfeitamente. Nenhuma derrota em GYM, uma troca e mais uma evolução.
- Umbreon, Shadow Ball e Porygon 2, Tri Attack.
“Ele está sendo um bom substituto para Smoochum. Trocas às vezes valem a pena.”
Foi a primeira vitória depois da fase preliminar. Em Johto minhas habilidades de batalha em dupla se multiplicaram.
- Charmeleon, Dragon Rage.
Na última batalha apenas Charmeleon estava de pé. Seu companheiro Tropius não resistiu a um Flamethrower em cheio. Derrotar um Metang e um Octillery era demais para ele. André era um bom treinador e isso foi a minha desculpa para tentar não desanimar. Ensinar um golpe de fogo para um pokémon de água foi sábio.
O sexto lugar não me conformava. Estava tudo tão certo. Voltei para casa e fui observar o lago que meu pai estudava.
Peguei a última pokebola que estava comigo, dessa vez era uma Net Ball. Coloquei-a perto das outras duas. Três pokebolas. Uma delas estava vazia, a primeira de todas. Na outra estava Charmeleon e na terceira, o pokémon aquático definitivo. Foi ele o motivo de recomeçar depois da terceira liga.
Observando o lago e o céu, relembrei cada GYM e minhas vitórias em Johto. O presente de Clair e tudo mais. A quarta liga tinha que ser melhor!
No meio da noite, algo se mexeu no lago. Um pokémon estava nadando, todo feliz e contente. Chamei meu primeiro pokémon e decidi renovar a equipe. Com seu Thunder Wave não foi difícil capturá-lo. Ainda mais com a Net Ball. Um Buizel, forte e alegre, trouxe uma nova vontade de batalhar. Em Sinooh a história ia ser diferente.
Deixei Porygon 2 e Tropius em casa, ali bem em frente ao Lake Valor.
Aquela nova jornada começou sem grandes surpresas. Até o quinto ginásio tudo foi tranqüilo. Já no sexto, Buizel venceu todos e ainda evoluiu. Uma surpresa e tanto. Floatzel hoje estava entre meu Top 3.
A noite caia e eu estava no mesmo lugar por 4 horas. Tudo que aconteceu por ali, além do brilho e da ponta amarela, foi o caminhar de uma Surskit. Retornei meu primeiro Pokémon para a pokebola depois que ele estava cheio de tanto comer. A sua segunda evolução foi o que me fez vencer um torneio especial na cidade de Hearthome, meses antes da liga.
- Toxic, Seviper. Começou o oponente.
- Safeguard, amigão.
Depois de evitar o veneno, meu pokémon brilhou. O brilho era muito mais intenso que o da primeira vez. Seu corpo mudou radicalmente. A nova força era ideal para vencer aquele final e conseguir lutar bem na liga. Seviper não foi páreo.
Voando nas costas de meu novo pokémon evoluído, fui para o local da liga dias depois. Cada um dos meus pokemons teve sua batalha por excelência. Umbreon fez a estréia derrubando dois antes de retornar. Na segunda batalha, Floatzel tirou um e enfraqueceu outro. Lickilicky foi uma barreira contra o Spiritomb do adversário na terceira rodada. Depois disso, Charmeleon fez a festa nas oitavas-de-final, enquanto Snover, inesperadamente, virou o jogo a nosso favor derrotando um Wormadam e um Ambipom, passando pelas quartas. Na semi-final cada um fez sua parte, tirou um do adversário. Por último, nessa batalha, derrotamos um Metang com a boa e velha chama azulada.
A eletrizante final. Não gosto nem de lembrar desse trauma.
- Wing Attack!
- Rock Slide, Rampardos.
“Não pode ser...” Uma última chama azulada tentou sair de sua boca enquanto estava deitado. Mas não tinha mais força. Todo o campeonato acabava ali: a um passo da glória.
Quando retornei a realidade, uma lágrima escorria no meu rosto. A velha pokebola ainda em minha mão refletia as luzes das estrelas. Coloquei-a na cintura e olhei para o céu. De novo tive a impressão de que uma das estrelas brilhava mais forte.
“Tudo que eu queria era um motivo para recomeçar, assim como das outras vezes.”
Depois de respirar fundo, peguei minha mochila e comecei a voltar para a casa.
Vinte minutos caminhando pela rota e tentando não pensar mais no que passou. Tinha cansado de relembrar. Instantes depois eu ouvi um barulho forte e um pouco de fumaça. Logo à frente, uma árvore de centenas de anos estava caída em meio ao fogo. Pokemons corriam desesperados, enquanto um Garchomp Shiny usava o Dragon Rush para atacar um pokémon que eu não conseguia identificar.
- Floatzel, Water Pulse para parar o incêndio.
O Garchomp continuava a bater sem dó. Uma pessoa ao seu lado estava imóvel.
- Ei! Pare com isso! Assim o pokémon não vai agüentar.
Falei me aproximando. Percebi que era um Munchlax, mas sua coloração era diferente. Ele já estava desmaiado e ainda continuava a receber golpes.
- Floatzel tente separá-los.
- Não se intrometa! Garchomp pegue-o e vamos embora.
A pessoa, que possuía cabelos longos, pulou nas costas de Garchomp, que estava com Munchlax nos braços.
Sem conseguir escutar o que o outro dizia fiquei parado. Peguei a pokebola do meu inicial e chamei-o. De repente, uma bola de cor roxa saiu da boca de Garchomp e foi em minha direção. Joguei-me no chão para me salvar, mas a pokebola que estava em minhas mãos caiu e foi acertada pelo golpe, despedaçando-se. Voando então eles foram em direção ao mar.
Imediatamente retornei Floatzel. Pulei nas costas de meu Pokémon agora sem pokebola e começamos a perseguição. Felizmente nós éramos mais rápidos.
A noite estava cada vez mais escura e fria. Sobrevoando o mar, a temperatura caia mais ainda. De longe, o outro percebeu a nossa aproximação e chamou o seu Xatu, que também tinha cor diferente.
“Temos que armar nossa defesa.”
- Use o Safeguard como garantia.
Enquanto paramos no ar para realizar o movimento, Xatu se aproximava. A poucos metros de distância, Xatu parou e seus olhos brilharam.
- Vamos desviar dele e alcançar o Munchlax. Agora!
Entretanto, meu pokémon não se movia. Xatu e seu Psychic paralisaram os movimentos dele. Com mais um brilho em seus olhos, Xatu nos lançou ao mar. Separei-me de meu Pokémon ainda no ar e cai com muita força na água. Estava meio tonto, mas consegui abrir a pokebola de Floatzel que me levou até a superfície. Percebi que o meu velho amigo tinha conseguido retomar vôo antes de cair na água e agora lutava contra Xatu, que tentava fugir indo em direção ao seu treinador.
- Amigão, está tudo bem aqui! Pode persegui-lo.
Com Floatzel fui seguindo Xatu até perdê-lo de vista. Meu coração batia freneticamente. Não gostava de deixar meus pokemons sozinhos. Uma hora depois cheguei numa ilha e vi meu pokémon me esperando. Ele estava muito cansado de voar, principalmente depois do Psychic, assim como Floatzel estava de nadar. Guardei o Floatzel e chamei Charmeleon por precaução.
Na ilha havia apenas uma cabana. Na porta estava a pessoa de cabelos longos.
- Termine com eles Empoleon.
Assim como os outros ele também era Shiny.
- Você é obcecado por pokemons shinies? E porque você batia tanto naquele Munchlax? Você quebrou a minha primeira pokebola, você é louco?
Eu não conseguia segurar minha raiva. De repente, o Empoleon lançou um Hydro Canon em meu Charmeleon, tirando-o de combate.
Meu outro pokémon partiu para cima deles. A pessoa de cabelos longos entrou para a cabana e fechou as portas. A chama azulado saiu de meu pokémon enfurecido, colocando fogo na porta. Depois de derrubar a porta, entrei e pude ver o que ele fazia. Havia vários pokemons shinies dentro de um tubo com água respirando por máquina. Ele era um colecionador. Por isso, ele batia tanto nos pokemons, para deixá-los quase mortos. Pude ver um Torchic, uma Budew, um Bidoof, um Dratini, um Beldum e vários outros.
- Amigão tente quebrar os tubos.
- Garchomp impeça-o com Dragon Rush.
Os dois pokemons começaram a batalhar ferozmente. Batiam contra as paredes da cabana e destruíam vários móveis e utensílios. O meu estava ligeiramente mais abatido. Percebendo isso, peguei uma Berry e dei a ele.
A cabana começou a pegar fogo e os tubos com pokémons começaram a desabar. A pessoa de cabelos longos ficou desesperada vendo tudo o que ele tinha colecionado desabar. Ela tentou carregar os pokemons, mas não conseguia. Vendo que a cabana podia desabar, sai dela e ordenei o mesmo para o meu pokémon. Entretanto, Garchomp o segurou e um pedaço do teto caiu sobre os dois. Tentei entrar novamente, mas era muito perigoso. Chamei meus pokemons para ajudar. Era inútil. O fogo tinha se alastrado e eu não via nem sinais de pokemons ou mesmo da pessoa de cabelos longos.
Lágrimas começaram a sair de meus olhos. Olhei para o céu e vi uma estrela brilhando forte. Desejei com toda força:
“Salve-o. Não posso recomeçar sem ele!”
O brilho se intensificou e parecia estar cada vez mais perto. Segundos depois, um Jirachi aparecia no lugar do brilho. Ele olhou para mim e lançou um ataque sobre a cabana. Um Draco Meteor.
-NNNNNNÃÃÃÃÃÃÃÃOOOOOOOO! Gritei desesperado.
A cabana explodiu. Eu e meus pokemons fomos jogados longe.
Acordei com Jirachi sobre Charmeleon. Ele estava usando o Refresh.
Coloquei as mãos no meu rosto e percebi que eu não estava ferido. Ele tinha me curado. Floatzel já estava de pé também e usando o Water Pulse para acabar com o fogo, que agora havia diminuído. Chorando corri sobre os destroços para procurá-lo.
Duas horas depois e tudo que tinha achado era o presente de Clair. Uma Presa do Dragão. Foi a única coisa que sobrou dele. Garchomp também não estava mais lá, assim como a pessoa de cabelos longos e os outros pokemons. Fiquei ali, desolado, pelo resto daquela hora.
Meus pokemons ficaram ao meu lado e Jirachi olhava para mim com pena.
- A culpa é toda sua! Porque usou o Draco Meteor? Por quê?
Ele não respondeu, apenas entendeu minha dor e foi embora. Com a Presa do Dragão nas mãos fui pegar minha mochila e sair daquele cemitério.
Quando peguei a mochila, ela começou a fazer movimentos estranhos. Eu a abri e percebi que o ovo estava rachando. Tirei as Oran Berries de cima e peguei o ovo. Rachaduras já apareciam e os movimentos aumentaram. Ali nasceu um novo pokémon.
Mais uma vez fiquei imóvel. Eu realmente tinha sorte.
Um pokemon saiu do ovo e me encarou com uma expressão confortante. Chorei de emoção. Olhei para o céu, tentando achar aquela estrela.
O frio aumentava e, por isso, decidi fazer uma fogueira. Peguei gravetos e chamei Charmeleon. Mas antes de falar qualquer coisa, meu novo pokémon se moveu e pôs fogo nos gravetos.
Dratini havia usado Dragonbreath para fazer fogueira e, pelo resto da noite, comemos Oran Berries e observamos o céu, agradecendo pelo começo.
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Detonado - Pokémon Platinum Cidade Twinleaf – O Início Assim como nas versões anteriores o jogo tem começo com o Professor Rowan explicando ...
que pokemon é esse que ele fala mas nãofala o nome
ResponderExcluireu acho q é ou dragonite ou uma ads evoluções dele
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