Pokémon Go é um jogo de realidade aumentada para iPhone (iOS) e Android que foi lançado em vários países e já está rendendo polêmica. Em teoria, o game utiliza recursos dos aparelhos dos usuários que pode obter dados pessoais específicos, como imagens da câmera, localização exata e movimentação costumeira. O TechTudo explica esses pontos e, com a opinião de especialistas, diz se é seguro jogar sem preocupações:
Câmera ligada ou desligada?
Na teoria, ter a câmera do celular sempre ligada pode ser um problema. Se o jogo é online e a realidade aumentada faz uso da câmera de forma constante, nada impede que as imagens sejam vistas pela produtora do jogo. Contudo, isso pouco provavelmente ocorre de fato, e também é possível evitar de forma fácil e rápida.
Pokémon Go pode ser jogado com a câmera ligada dentro de sua casa.
Lembrando que a câmera do aparelho pode ser desativada dentro do
game. Isto é, jogar sem a função de realidade aumentada na hora de
capturar Pokémon. É verdade que isso também pode tirar metade da graça
no processo, mas, para quem estiver realmente preocupado, pode ser uma
boa opção.Captura de informações
As desconfianças começaram quando internautas apontaram que John Hanke, criador da Niantic Labs, tem ligação com a CIA, a agência de inteligência dos Estados Unidos. Hanke trabalhou no Google e também criou a empresa Keyhole Inc, que deu origem ao Google Earth, aplicativo que captura imagens e informações de mapas, ruas e locais de todo o mundo. Foi justamente na Keyhole que a CIA teve participação ativa na relação, quando financiava a empresa, antes de ela ser comprada pelo Google, em 2004.

Informações pessoais podem vazar com Pokémon Go? (Foto: Reprodução/Felipe Vinha)
Nos termos de uso do aplicativo, a produtora de Pokémon Go, Niantic,
afirma que pode repassar os dados dos usuários para qualquer agência do
governo e companhias privadas, como forma de cooperar com investigações
criminais. Isso deixou muita gente preocupada, mas talvez o alarde
esteja muito alto.Como aponta Andre Noel, mestre em Ciência da Computação, outros apps podem fazer o mesmo. “Hoje em dia, já trocamos nossa privacidade por qualquer app, o Pokémon Go é só mais um deles”, disse, em declaração ao TechTudo. “É interessante que o Pokémon Go traga essa discussão sobre privacidade, mas o Windows tem praticamente os mesmos termos e a maioria da população já aceitou”, complementou.

Também é possível jogar sem a realidade aumentada (Foto: Reprodução/Felipe Vinha)
Já Nelson Barbosa, engenheiro de segurança da Norton, garante que, em
mãos erradas, dados de usuários podem ser comprometidos. “Caso caia em
mãos erradas, todo aplicativo que coleta dados pessoais pode ser usado
contra o usuário. Por exemplo, se um hacker tiver acesso aos servidores
do aplicativo, ele conseguirá usar os dados para vazar informações”,
disse. “Todo serviço que armazena informações de seus clientes está
suscetível a invasão, até mesmo hospitais e prefeituras”, apontou
Barbosa.Como se proteger?
Noel e Barbosa concordam no ponto principal da discussão: como se proteger de possíveis vazamentos de dados ou ataques hacker que podem se originar de Pokémon Go? A principal dica é: baixe aplicativos apenas das fontes oficiais, como Google Play no caso do Android e App Store no caso de dispositivos iOS.

Proteja seus dados em Pokémon Go (Foto: Reprodução/Felipe Vinha)
“As lojas até marcam com um símbolo quando o desenvolvedor é mais
confiável. O que acontece muito também é de criarem aplicativos para
simularem o oficial, mas são aplicativos maliciosos”, disse Andre Noel.
“Além disso, leia com muita atenção os termos de uso e quais as
permissões necessárias para cada aplicativo a ser instalado. Caso o
aplicativo esteja pedindo acesso a algo que não faz sentido, não
instale”, apontou Nelson Barbosa.Leia sempre os termos de uso
Por fim, ler os termos de uso de um aplicativo pode ser chato, por conta da enorme quantidade de texto, mas é algo necessário em casos em que o jogo ou programa pode fazer uso de dados pessoais, como senhas de cartão de crédito, suas fotos e até mesmo localização por GPS. Muitos não leem “por costume”, como apontado por Barbosa. “Os usuários seguem as instalações no modo padrão, na qual basta clicar em ‘avançar’. Com a mobilidade, estamos ainda mais instantâneos”, disse.

Proteja seus dados em Pokémon Go (Foto: Reprodução/Felipe Vinha)
“Eles pensam ‘isso nunca vai acontecer comigo’. A ação de instalar um
aplicativo parece algo inofensivo, mas o importante é as pessoas se
darem conta de que elas têm opções e que elas podem limitar as
informações enviadas. Quanto mais simples o acesso a aplicativos e
jogos, menos para-se para pensar no que está por trás e em quais dados
se está liberando aos outros. O problema é que a configuração padrão é
mais tentadora”, alertou Andre Noel.Matéria feita pelo site TechTudo.
0 comentários:
Postar um comentário